segunda-feira, 30 de março de 2009
Ó PARA MIM A SER SIMPÁTICO COM OS FOLEIRÕES DOS BLUE MAN GROUP NA IMPRENSA
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Nota: Publicado na edição 138 do jornal Mundo Universitário
http://www.mundouniversitario.pt/
domingo, 29 de março de 2009
SALVO POR UMA PALAVRA AMIGA...
A manhã seguia pecaminosa, enquanto a loiça esperava por mim recheada do molho das iscas com que o repasto do apagão me havia decorado a soberba mesa de vime. A loiça a balançar agoniada junto a uns copos ainda a delirar do tinto, ajoelhava-se em preces de água tal como eu esperava palavras de salvação que não tardaram em aparecer.
Perdia-me eu gota a gota, num pecaminoso coito twitteriano, quando faço um infame comentário sobre o apagão, uma piadola fraquinha daquelas de bolso, é claro que o país não está às escuras há 4 anos. Como não vi eu a luz. E é aí que, pacientemente, sou salvo à laia de uma benzidas pagelas de Sãozinha num manso discurso a encaminhar-me o esqueleto, para caminhar com os eleitos e com eles lutar contra a desavergonhada campanha negra. Com meus celestiais companheiros evocar meus irmãos filisteus, como em tempos me convocaram para uma causa, na qual me alistei mal me falaram de vinho.
Como andava eu perdido na vida, se não fosse esta mão amiga - atenção que não estou a mastubar-me - lá continuaria eu este retrógrado treino, com uma pesada corda ao pescoço, para alinhar no fim de uma prova e disputá-la num cortejo de crustáceos a tripar com os restos de uma festa à la Easy Rider.
O que eu merecia, eu sei bem! Merecia as costas bem chicoteadas por avassaladora mão disciplinadora, também uma pesada cruz que eu carregasse, pelo menos até Vilar de Maçada, seria pouco... Mas como estamos em tempo de crise, resumi a penitência só até à sede no Largo do Rato, santíssimo lugar onde professores catedráticos malcriados não entram sem uma valente malagueta na língua. Ou onde não se lê poesia política pois suja os tímpanos aos mais descuidados. Também me disseram que à segunda-feira se caçam perdizes por lá, mas eu não fui em cantigas, entendem? É que eu já sou um homenzinho!
Eu que a dois passos de uma igreja, acordo todos os dias com o badalo na sina da rotina que idosas senhoras prometem pela manhã ao senhor para que possam ter paz no resto do dia, tombo sempre na tentação e rezo antes na taberna que fica apenas a um passo, mas fui chamado a razão.
Fui chamado à razão para que possa finalmente "acreditar em algo", me faça eu um homem capaz de dizer a minha opinião "com todas as letras". Porque apenas tenho pastado nesta vida como um jumento "e nem sei porque ataco este governo". Irei salvar-me desta perfida política, e tirar a minha porca mentalidade da estrada alcatroada pelo "manguito do Bordalo Pinheiro". Para não falar que "apenas andava aqui para arranjar uma forma de me integrar socialmente". Aqui deixo cair um muito obrigado, com a promessa de caminhar com quem sabe, pois a salvação está onde nós menos esperamos...
PS: A foto do símbolo roubei no skywalker.blogspot.com mas juro que é a ultima traquinice que faço. Palavra do senhor!
Perdia-me eu gota a gota, num pecaminoso coito twitteriano, quando faço um infame comentário sobre o apagão, uma piadola fraquinha daquelas de bolso, é claro que o país não está às escuras há 4 anos. Como não vi eu a luz. E é aí que, pacientemente, sou salvo à laia de uma benzidas pagelas de Sãozinha num manso discurso a encaminhar-me o esqueleto, para caminhar com os eleitos e com eles lutar contra a desavergonhada campanha negra. Com meus celestiais companheiros evocar meus irmãos filisteus, como em tempos me convocaram para uma causa, na qual me alistei mal me falaram de vinho.
Como andava eu perdido na vida, se não fosse esta mão amiga - atenção que não estou a mastubar-me - lá continuaria eu este retrógrado treino, com uma pesada corda ao pescoço, para alinhar no fim de uma prova e disputá-la num cortejo de crustáceos a tripar com os restos de uma festa à la Easy Rider.
O que eu merecia, eu sei bem! Merecia as costas bem chicoteadas por avassaladora mão disciplinadora, também uma pesada cruz que eu carregasse, pelo menos até Vilar de Maçada, seria pouco... Mas como estamos em tempo de crise, resumi a penitência só até à sede no Largo do Rato, santíssimo lugar onde professores catedráticos malcriados não entram sem uma valente malagueta na língua. Ou onde não se lê poesia política pois suja os tímpanos aos mais descuidados. Também me disseram que à segunda-feira se caçam perdizes por lá, mas eu não fui em cantigas, entendem? É que eu já sou um homenzinho!
Eu que a dois passos de uma igreja, acordo todos os dias com o badalo na sina da rotina que idosas senhoras prometem pela manhã ao senhor para que possam ter paz no resto do dia, tombo sempre na tentação e rezo antes na taberna que fica apenas a um passo, mas fui chamado a razão.
Fui chamado à razão para que possa finalmente "acreditar em algo", me faça eu um homem capaz de dizer a minha opinião "com todas as letras". Porque apenas tenho pastado nesta vida como um jumento "e nem sei porque ataco este governo". Irei salvar-me desta perfida política, e tirar a minha porca mentalidade da estrada alcatroada pelo "manguito do Bordalo Pinheiro". Para não falar que "apenas andava aqui para arranjar uma forma de me integrar socialmente". Aqui deixo cair um muito obrigado, com a promessa de caminhar com quem sabe, pois a salvação está onde nós menos esperamos...
PS: A foto do símbolo roubei no skywalker.blogspot.com mas juro que é a ultima traquinice que faço. Palavra do senhor!
sexta-feira, 27 de março de 2009
A QUEM DEVO A HONRA?
Não é todos os dias que ilustres propagandistas políticos nos assaltam os palácios onde nos fizemos homens e onde deambulamos como uns terroristas, nas brincadeiras de infância. Brincadeiras que iam desde jogar às escondidas, até brincarmos aos piratas para navegarmos com aquele edifício pela encosta de brancanes, como os velhos edifícios britânicos velejaram e pilharam uma wall street a saldo de uns lunáticos monty python.
O velho palácio de brancanes, era na altura um daqueles edifícios por acabar. Para o qual não temos uma palavra certa, mas os alemães chamam de neubauten. Talvez estivesse por acabar por algum empreiteiro ter falido, nunca soube, mas a historia do empreiteiro era pouco romântica. Situado paredes meias com o regimente de brancanes, dizíamos nós do palácio, que ia ser uma casa para o Salazar. Mas como o ditador finou, o palácio ficou para ali esquecido, o que fazia uma história àquele embuste, muito mais interessante.
Ora como o embuste estava esquecido, era nosso por direito! Havia-mos herdado um parque de diversões do estado novo, achavamo-nos os órfãos dos três efes. E das varandas viradas para a magala que defendia a nação do ido regime, como o Dom Quixote defendia as fronteiras de sua quinta, enchia-mos nós os pulmões ao céu e com uma pose de gozo disparava-mos piropos ofensivos...
-É feijão verde!
Era o que mais lardeávamos pelo toucinho dos lábios naquela tenra idade, e claro, era uma boca que a tropa achava standard.
E hoje vieram-me essas memórias como um eco parolo num tirolês foleiro, estava eu sitiado de sala quando recebo um SMS do Simões, aka Der Terrorist, aka Faísca aka Mr Simon, que sendo ele das fontainhas, nunca foi feliz naquele palácio. E por isso tenho-o como um rival bairrista. Mas aquela enigmática mensagem recebida era como um toque de alvorada para marchar-mos contra algo, era como se a radio clube português voltasse a tocar à uma e quinze da manhã o Paulo De Carvalho. E das colunas soa-se "quis saber quem sou, o que faço aqui" e lá partisse-mos nós de Vendas Novas, ataviados de ceroulas e armados com forquilhas de ramos de oliveira para atacar a capital do império e despojar a corja de um legado de 500 anos de infâmias conquistas, (desculpa aí Marocas?)
" Ta cá a Manuela Ferreira Leite" saía do visor do telemóvel, que até me poderia queimar nas mãos, não fosse o sono do pinto calçudo. E ela estava no meu palácio acompanhada do Pacheco Pereira, como me confirmaram esta manhã. Então não é que volvidos anos, estes velhacos sem vergonha, vieram para reclamar o palácio de brancanes, aka estalagem do Sado, palácio que é meu por direito!
Dizia-mos nós fantasiando e sem saber do futuro, que o palácio era assombrado por um Bobby, ali perdido e nunca achado, já que volta e meia ouvia-mos os seus latidos. Pois hoje eu posso afiançar que ontem o palácio foi mesmo assombrado pelo latido de assustadoras personagens, vou já preparar um exorcismo e benzer o palácio para que volte a sua áurea inocente dos meus tempos de ranho na venta, palavra do senhor!
O velho palácio de brancanes, era na altura um daqueles edifícios por acabar. Para o qual não temos uma palavra certa, mas os alemães chamam de neubauten. Talvez estivesse por acabar por algum empreiteiro ter falido, nunca soube, mas a historia do empreiteiro era pouco romântica. Situado paredes meias com o regimente de brancanes, dizíamos nós do palácio, que ia ser uma casa para o Salazar. Mas como o ditador finou, o palácio ficou para ali esquecido, o que fazia uma história àquele embuste, muito mais interessante.
Ora como o embuste estava esquecido, era nosso por direito! Havia-mos herdado um parque de diversões do estado novo, achavamo-nos os órfãos dos três efes. E das varandas viradas para a magala que defendia a nação do ido regime, como o Dom Quixote defendia as fronteiras de sua quinta, enchia-mos nós os pulmões ao céu e com uma pose de gozo disparava-mos piropos ofensivos...
-É feijão verde!
Era o que mais lardeávamos pelo toucinho dos lábios naquela tenra idade, e claro, era uma boca que a tropa achava standard.
E hoje vieram-me essas memórias como um eco parolo num tirolês foleiro, estava eu sitiado de sala quando recebo um SMS do Simões, aka Der Terrorist, aka Faísca aka Mr Simon, que sendo ele das fontainhas, nunca foi feliz naquele palácio. E por isso tenho-o como um rival bairrista. Mas aquela enigmática mensagem recebida era como um toque de alvorada para marchar-mos contra algo, era como se a radio clube português voltasse a tocar à uma e quinze da manhã o Paulo De Carvalho. E das colunas soa-se "quis saber quem sou, o que faço aqui" e lá partisse-mos nós de Vendas Novas, ataviados de ceroulas e armados com forquilhas de ramos de oliveira para atacar a capital do império e despojar a corja de um legado de 500 anos de infâmias conquistas, (desculpa aí Marocas?)
" Ta cá a Manuela Ferreira Leite" saía do visor do telemóvel, que até me poderia queimar nas mãos, não fosse o sono do pinto calçudo. E ela estava no meu palácio acompanhada do Pacheco Pereira, como me confirmaram esta manhã. Então não é que volvidos anos, estes velhacos sem vergonha, vieram para reclamar o palácio de brancanes, aka estalagem do Sado, palácio que é meu por direito!
Dizia-mos nós fantasiando e sem saber do futuro, que o palácio era assombrado por um Bobby, ali perdido e nunca achado, já que volta e meia ouvia-mos os seus latidos. Pois hoje eu posso afiançar que ontem o palácio foi mesmo assombrado pelo latido de assustadoras personagens, vou já preparar um exorcismo e benzer o palácio para que volte a sua áurea inocente dos meus tempos de ranho na venta, palavra do senhor!
quarta-feira, 25 de março de 2009
A MORTE SOBRE RODAS
É apetitosa é tenrinha e escorrega bem, a próxima vez que forem a um restaurante chinês lembrem-se do que vão ler no link em baixo.
É que isto dá que pensar, eu acho que o comité olímpico os confundiu com autocarros de viagens turísticas Vindo dali nunca fiando leiam, para depois poderem degustar um Chop suey na paz do senhor...
link do comentário
sexta-feira, 20 de março de 2009
PAU DE CABINDA "AU NATUREL"
É certo e sabido, que os boavisteiros tiveram que reduzir no café, nós no sal e os africanos têm agora que cortar no Control e no Durex. Mas eu sei de fonte segura, "acabei de inventar agora" que uma famosa marca de saquinhos de látex para pilas, sofreu um revês na produção diária por um contratempo na máquina que produzia o "XXL SIZE".
Aflitos foram ao confessionário do Vaticano pedir uma ajudita ao benfeitor que usa a sandálias do pescador, já que temiam que o stock armazenado se esgotasse, mas garantiram, que quando a máquina estiver oleada, a fornicação africana pode seguir sem problemas.
Também da mesma fonte, fui informado que o Louçã vai a África pedir para se reduzir no sal da sopinha, isto claro numa odisseia jesuíta em contornos de um neo colonialismo. palavra do senhor!
Aflitos foram ao confessionário do Vaticano pedir uma ajudita ao benfeitor que usa a sandálias do pescador, já que temiam que o stock armazenado se esgotasse, mas garantiram, que quando a máquina estiver oleada, a fornicação africana pode seguir sem problemas.
Também da mesma fonte, fui informado que o Louçã vai a África pedir para se reduzir no sal da sopinha, isto claro numa odisseia jesuíta em contornos de um neo colonialismo. palavra do senhor!
terça-feira, 17 de março de 2009
RANIA, A PROMETIDA
O Cavaco deveria convidar mais gajas boas a visitar o nosso pequeno país e o que resta da comunidade tuga nele, deveria puxar dos galões, esquecer o estatuto do Açores e pensar em brindar os órfãos do Bordalo, com água limpa para lavar os olhos. Mostrar este país a esta estripe é um dever cívico que o P.R. não pode guardar na gaveta, tal como fazem os algarvios à comida.
É que depois de meses a levar com a Manuela Ferreira Leite nestes lindos olhinhos, já eles me queriam abandonar o corpo e emigrar para a indústria conserveira irlandesa, onde certamente, escamadinhos seriam mais felizes.
Como foi um regalo para a vista ter uma rainha por cá, a ultima visão de uma nobre que eu havia experimentado tinha sido a da princesa Ella, no filme Ella encantada, mas depois vi ela encantada por um cowboy larilas e vi logo que ela afinal de princesa reza pouco, e é mais é escritora...
O que o Aníbal podia fazer também, era convocar os poderes do Luís de Matos para ressuscitar a Diana para um jantarzito, que como nós sabemos, a sopinha no palácio presidencial não olha o Santana o dente, e como o seu protagonismo também anda um pouco defunto, sempre era uma maré alta de oportunidades, fora da pista de dança da Kapital por suposto...
E é louvando esta boa iniciativa do nosso compincha que me fico, na esperança de não levar uma traulitada da babe por andar aqui a defender o interesse público, dizendo ainda que se pudesse, ia ali comprar meia dúzia de quilos de bolo-rei para oferecer ao homem, assim houvesse cavaco...
É que depois de meses a levar com a Manuela Ferreira Leite nestes lindos olhinhos, já eles me queriam abandonar o corpo e emigrar para a indústria conserveira irlandesa, onde certamente, escamadinhos seriam mais felizes.
Como foi um regalo para a vista ter uma rainha por cá, a ultima visão de uma nobre que eu havia experimentado tinha sido a da princesa Ella, no filme Ella encantada, mas depois vi ela encantada por um cowboy larilas e vi logo que ela afinal de princesa reza pouco, e é mais é escritora...
O que o Aníbal podia fazer também, era convocar os poderes do Luís de Matos para ressuscitar a Diana para um jantarzito, que como nós sabemos, a sopinha no palácio presidencial não olha o Santana o dente, e como o seu protagonismo também anda um pouco defunto, sempre era uma maré alta de oportunidades, fora da pista de dança da Kapital por suposto...
E é louvando esta boa iniciativa do nosso compincha que me fico, na esperança de não levar uma traulitada da babe por andar aqui a defender o interesse público, dizendo ainda que se pudesse, ia ali comprar meia dúzia de quilos de bolo-rei para oferecer ao homem, assim houvesse cavaco...
sexta-feira, 13 de março de 2009
O PÃO QUE A ASSEMBLEIA AMASSOU "FABULA ALADA"
Um periquito, enjaulado num fálico invólucro de arame canta à soalheira sexta-feira 13 a fatalidade do IVA sobre a alpista nos dias que correm, por vezes descansa e bica enjoado uma seca e enferrujada folha de alface, ali esquecida como um monte de entulho a ornamentar a margem de uma estrada secundaria.
Canta também o mal da subida do nível do colesterol, que aos poucos lhe vai entupindo as artérias por causa do consumo do pãozinho do seu dia-a-dia , um hábito que teme que num futuro próximo lhe leve a um enfarte do miocárdio. Atento às notícias da manhã e preocupado com a sua saúde vai saltitando do poleiro para a água, e da água para o poleiro, saudando a manhã num tirolês que aqui eu não ouso traduzir.
É sem traduções que possam ferir pombinhas leitoras que a manhã avança já velha, quando a patroa dá vida as pálpebras borradas da pintura da véspera e descobre nos lençóis o repasto da noite, um pão insonso que lhe atormenta a ressaca e que o periquito acentua na espera por uma gamela de alpista, de uma folha de alface fresca desinfectada com vinagre, isto porque os centros de saúde estão a fechar e nunca é demais pensar na saúde.
E o nosso periquito não anda aqui à deriva, avança à bolina na preocupação diária com a sua saúde, e atento navega pela rotina parlamentar desta manhã. Pois na assembleia alguns pardais repenicam o teor do sal no pão, e este é um assunto que lhe interessa pois este cicerone além de alado por natureza, tem uma gula por pão incontrolável!
E lá porque o pintassilgo voou para África, a pardalada não dormiu. E fez-se história, tratou-se da maleita ao periquito que com a conclusão parlamentar exclamou:
-haja Deus, que voarei na terra- feliz com o desfecho da história, e avançando tarde dentro, esquecendo as manifestações que não são contas do seu rosário...
Canta também o mal da subida do nível do colesterol, que aos poucos lhe vai entupindo as artérias por causa do consumo do pãozinho do seu dia-a-dia , um hábito que teme que num futuro próximo lhe leve a um enfarte do miocárdio. Atento às notícias da manhã e preocupado com a sua saúde vai saltitando do poleiro para a água, e da água para o poleiro, saudando a manhã num tirolês que aqui eu não ouso traduzir.
É sem traduções que possam ferir pombinhas leitoras que a manhã avança já velha, quando a patroa dá vida as pálpebras borradas da pintura da véspera e descobre nos lençóis o repasto da noite, um pão insonso que lhe atormenta a ressaca e que o periquito acentua na espera por uma gamela de alpista, de uma folha de alface fresca desinfectada com vinagre, isto porque os centros de saúde estão a fechar e nunca é demais pensar na saúde.
E o nosso periquito não anda aqui à deriva, avança à bolina na preocupação diária com a sua saúde, e atento navega pela rotina parlamentar desta manhã. Pois na assembleia alguns pardais repenicam o teor do sal no pão, e este é um assunto que lhe interessa pois este cicerone além de alado por natureza, tem uma gula por pão incontrolável!
E lá porque o pintassilgo voou para África, a pardalada não dormiu. E fez-se história, tratou-se da maleita ao periquito que com a conclusão parlamentar exclamou:
-haja Deus, que voarei na terra- feliz com o desfecho da história, e avançando tarde dentro, esquecendo as manifestações que não são contas do seu rosário...
quarta-feira, 11 de março de 2009
INQUÉRITOS DE RUA
Mal o sol desponta do curto inverno que quase assola este país, as principais cidades entram num frenesim de actividades de rua. Sejam actividades didácticas ou meramente actividades mascaradas de manobras publicitarias, somos abordados por esta país fora mais vezes nuns estratégicos cem metros, que a Carolina Salgado foi à saída do tribunal de Gaia.
É também nesta altura que os inquéritos de rua desaguam na foz de um qualquer "sadino largo du Bocage", como um parasita nos confins do sítio onde a barriga altera o nome, e o escroto assina por extenso. É também ai que como um atleta olímpico, eu salto obstáculos, contorno marmanjos em mangas de camisa ataviados de gravatas às flores, evito o pavimento repleto de patas-chocas a transbordar sabedoria de sovaco, só para cortar a meta livre de ser interpelado no périplo cosmopolita.
E lá me ia acontecendo ser apanhado à pouco, ia eu pé ante pé, como um Cristo que se evadiu do seu Calvário, quando os vejo de sorrisos mal lambidos mas de sapatos bem atacados. Aproximaram-se de mim, como jornalistas da cortesã. E quando eu estava quase na boca do vil predador, como um milagre sou salvo, resolvem antes chicotear uma velha senhora, que no seu passo calmo ouviu:
-É a favor de...
E sem deixar a pergunta poisar no ramo, respondeu educadamente:
-Sou a favor de não ser incomodada na rua!
Então não é que estamos sempre a aprender!? Vou usar este trunfo, gosto de andar na rua sem ter que coçar a micose. Um grande bem-haja à senhora, que como diz o Lobo Antunes "me tirou espinhas à vida".
É também nesta altura que os inquéritos de rua desaguam na foz de um qualquer "sadino largo du Bocage", como um parasita nos confins do sítio onde a barriga altera o nome, e o escroto assina por extenso. É também ai que como um atleta olímpico, eu salto obstáculos, contorno marmanjos em mangas de camisa ataviados de gravatas às flores, evito o pavimento repleto de patas-chocas a transbordar sabedoria de sovaco, só para cortar a meta livre de ser interpelado no périplo cosmopolita.
E lá me ia acontecendo ser apanhado à pouco, ia eu pé ante pé, como um Cristo que se evadiu do seu Calvário, quando os vejo de sorrisos mal lambidos mas de sapatos bem atacados. Aproximaram-se de mim, como jornalistas da cortesã. E quando eu estava quase na boca do vil predador, como um milagre sou salvo, resolvem antes chicotear uma velha senhora, que no seu passo calmo ouviu:
-É a favor de...
E sem deixar a pergunta poisar no ramo, respondeu educadamente:
-Sou a favor de não ser incomodada na rua!
Então não é que estamos sempre a aprender!? Vou usar este trunfo, gosto de andar na rua sem ter que coçar a micose. Um grande bem-haja à senhora, que como diz o Lobo Antunes "me tirou espinhas à vida".
sábado, 7 de março de 2009
O POLITICO TRANSGÉNICO
Criar uma biografia a um político é como encher um espantalho com palha. Independentemente do que lá metemos, os pardais irão sobrevoar o repasto na certeza de que ali não há guarda. Se com a alma do espantalho tentamos espiar o medo à pardalada, com a do político podemos fazê-lo à populaça numa ameaça de fantasmas de Estado Novo.
Mário Soares, de quem pouco percebo a opinião para o novo transgénico PS socrático, disse em entrevista à TVI24 sobre a aparição de José Sócrates no PS «quem é este gajo?» para si próprio. Aí Mário Soares demonstrou um sentido político muito à frente como sempre foi seu apanágio, embora nem sempre com os melhores resultados. E "quem é este gajo" é o que o comum dos portugueses questionam agora a si próprios.
Ora, eu vejo-o como um político transgénico a trabalhar o perfil no ginásio ditatorial onde, à luz do sol, se destacou dos demais. Pronto a ser colhido, só nos resta esperar os efeitos secundários do consumo do produto alterado. Até lá, desligue o telémovel e esteja atento ao filme.
sexta-feira, 6 de março de 2009
ESTRELAS CAÍDAS
I won`t be back, mas na verdade voltou. Mas chateia lá para os lados do tio Sam, onde homens realizam sonhos, e onde mulheres metem implantes na esperança de usurparem os sonhos aos homens. Mas isso é outra história.
Esta história cartografa outra estrela, uma que acordou para a dura realidade do insonso sonho que repete noite após noite numa cama pesada, onde habitam anjos depenados e melodias nefastas. O sonhador foi o autor do fabuloso thriller, uma obra tão boa que custa a acreditar que alguma vez a decadente carcaça que o envolve a tivesse composto.
Para a história ficam também processos de assédio sexual a menores que lhe mancham mais que a honra. Acordar todos os dias, para ele deve ser penoso, como penoso deverá ser ve-lo de volta aos palcos a encetar um moonwalk em passos de bengala numa gravidade pesada, longe da glória fascista do bailado levado a palco por Armstrong em 69.
Mas daqui ficam os meus votos de sucesso e se voltares a Portugal, olha: vai tocar à assembleia da república que por lá já ninguém estranha espectáculos decadentes onde os intervenientes se arrastam num "eterno retorno".
terça-feira, 3 de março de 2009
VAI UM QUEIJINHO DA SERRA A LÁ KOSHER?
Corria o ano de 1962, quando o mundo foi brindado por mais uma farsa inexplicável. Uma façanha do outro mundo, ali onde Atlantis se afundou, e barcos e aviões civis, e "também militares" norte americanos se aventuraram mar dentro, para perder para sempre o norte,e não mais o encontrarem. Aí nasceu uma das maiores crises de sempre que o mundo moderno conheceu. Esse bicho papão com longos tentáculos como barba, foi a crise dos mísseis de Cuba. Foi em plena guerra fria que os soviéticos entraram por Cuba, por entre coqueiros e plantações de cana-de-açúcar. E as praias em vez de turistas, receberam alguns mísseis nucleares, cortesia do lunático Nikita Kruschev em represália à oferta semelhante da pop star J. F. Kennedy a uma Turquia emparedada, entre o Pacto de Varsóvia e o santo petróleo do islão.
Dessa crise nasceu o famoso embargo dos Estados Unidos a Cuba ou o bloqueio como por aqui ficou conhecido. Era um bloqueio comercial e económico do qual poucas elações podemos tirar. Ou seja, deveria esse bloqueio servir de exemplo para que modernas nações, se portassem bem e abandonassem os seus crimes de guerra?
Pois os israelitas pouco aprenderam com isso e lá vão lançado umas bombas sobre Gaza, e munidas com fósforo branco, sobre indefesos palestinianos. Apesar de tal substância ser proibida pela convenção de Genebra.
Longe de mim propor um bloqueio à jovem nação israelita, porque não brindá-la mesmo com algo?
E foi isso, que uma pequena aldeia portuguesa fez. Peraboa, pequena aldeia perdida no conselho da Covilhã, "mas encontrada pelos media israelitas, e agora também pelo os media portugueses"... E porquê esta súbita descoberta? Porque voltaram, "500 anos depois de D. Manuel I ter expulso os judeus de Portugal", a fazer o queijo da serra sobre as regras do ritual de purificação judaico kosher para que os israelitas o possam consumir nas pausas, das duras pedras lançadas da intifada!?
Proponho mesmo, "daqui do meu humilde canto", que fabriquemos também um espumante da Bairrada sobre o ritual kosher. E lá nos desloquemos para brindar com eles, sobre escombros de Gaza, entre o sorriso das crianças que brincam entre ruínas e excrementos de pão e agua...
domingo, 1 de março de 2009
CONGRESSO PS
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