segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Yacht - Astronautas Indie-Rock.


Existindo desde o ano de 2002, os Yacht (Young Americans Challenging High Technology) oriundos de Oregon nos Estados Unidos da América, editaram o seu quarto LP “See Mystery Lights” como um duo, depois do músico dos The Blow, Jona Bechtolt ter recebido no projecto Claire L. Evans, uma visionaria fã de Artur C. Clark, escritor que reinventou a ficção cientifica criando virtuais sociedades futuras e mundos paralelos ao nosso.

“See Mystery Ligths”é uma viagem ao paranormal ao estilo ficheiros secretos mas com uma banda sonora a roçar os classificados documentos dos A Certain Ratio, Tom Tom Club entre outros.

A banda foi buscar o nome para o LP a uma estranha ocorrência de luzes, que ficou conhecida como “Gosth Ligths”, no ano de 1957 nos céus de Marfa, Texas, um contacto do outro mundo ou um simples fenómeno como uma Aurora Boreal que nunca ficou explicado.

O primeiro sinal alienígena “Ring The Bell” ouvem-se umas batitas solarengas sobre o que parece ser um adufe árabe e uma pergunta que fazemos toda a vida, se não formos agnósticos, “will we go to heaven, will we go to hell?”.

Na primeira comunicação com mundos exteriores temos então uma pergunta muito terráquea, que se mantém em “The After Life”, segunda música a lembrar o hipnótico mundo da banda órfã de David Byrne, os Tom Tom Club, é como se estivéssemos a receber um sinal que afinal terá sido enviado por nós num passado recente.

O sindroma Voyager sofrido na serie Star Trek, o retorno do contacto enviado, continua em “I`m in love with a ripper”, um som numa galáxia Colorbox a implodir e a pulsar na cadência ritmada da 4AD dos anos 80.

O apelo ao contacto torna-se desesperado em “It`s boring / you can live anywhere you want” onde Jona Bechtolt canta a sua condição de prisioneiro, enclausurado num planeta onde os Velvet Underground e Iggy and the Stooges lhes legaram o som que serve de base ao desabafo.

Chegamos então a “Psyshic city / Voodo City”, uma cidade embutida num acorde de guitarra minimalista que convive na perfeição com um baixo Surf-Rock à Beach Boys e com uma sensual e apelativa voz a gozar com um qualquer quotidiano babilónico.

Este tema foi escrito por Rich Jensen, amigo e fã da banda, e pode-se ouvir o original que é apenas a uma só voz e sem instrumentos, no Blogue do Myspace dos Yacht.

Com as guitarras de lado, a banda escreveu “Summer Song”, tema dedicado aos LCD Soundsystem, duo com quem andaram em digressão antes de assinarem pela DFA Records, editora que lhes abriu portas a mais concertos e a uma maior exposição.

Em “Summer Song” acendem-se as luzes da editora Play´it Again Sam adocicando o arsenal dos Front 2.42 a um funky espacial.

Ao quarto LP os Yacth afirmam ter encontrado o seu rumo na música, nunca tendo-se identificado muito com a música de dança, Jona Bechtolt afirma ser este o caminho a percorrer pela banda norte-americana, uma viagem ao Indie-Rock entre o caos e o cosmos sonoro.
E se Bill Watterson escreveu numa tira do Calvin and Hobbes que (A prova de existir vida extra terrestre é o facto de nunca nos terem visitado), podemos agora fechar os olhos e escutar os sons de “See The Ligth” e acender uma lanterna ao firmamento para pacientemente esperar-mos pelo contacto, que mais cedo ou mais tarde virá, se já não andar entre nós…

In Rua De Baixo

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