sexta-feira, 12 de junho de 2009
ENTREVISTA AOS DEAD KIDS
Tal como Pedro, o Grande construiu S. Petersburgo para criar bases económicas para se impor na Europa do século XVIII, os Dead Kids criaram a sua própria editora “Sparrows Tear” e preparam-se para tentar dominar o mundo do século XXI.
A era “Dead Kids” está a chegar. Com um pé no anonimato e outro já no estrelato, a banda prepara-se para fazer as delícias de muitos adolescentes nos tempos vindouros. Construindo toda uma estrutura para se tornar auto-suficiente, os Dead Kids criaram a editora Sparrows Tear, com a qual pretendem escapar à déspota mão das editoras multinacionais.
O som da banda de Londres é enérgico e divertido, mas de novo nada tem. É uma fórmula já bastante explorada por terras de sua majestade e bandas como Bloc Party ou Test icicles vivem ou viveram dela. Mas dessa fórmula a banda pretende reinventar a pólvora, já que a modéstia pouco impera no seu seio.
Em vésperas de editar o seu primeiro LP, e de um esperado concerto no Musicbox de Lisboa, a Rua de Baixo entrevistou a banda, que mostra alguma ansiedade por tocar em Portugal e promete mesmo agitar a Capital. Mas o que fica certo desta entrevista, é que a banda nos vai abandonar, levando do Tejo uma grave doença dermatológica.
Criaram o vosso próprio estúdio e a vossa própria editora discográfica, Sparrows Tear. Que tipo liberdade é que isso vos dá?
A liberdade de não ter ninguém que, por um lado, nos paga e, por outro, alguém que espera algo em troca. Como as vendas (risos…). Gostamos de trabalhar fora do mercado o mais possível porque a maior parte das pessoas que o faz pelo dinheiro acaba por deixar de pôr o amor e a paixão no seu trabalho.
A reacção do público tem sido muito boa. Isso é importante para vocês enquanto artistas?
Penso que não é preciso seres um artista para te sentires bem por as pessoas gostarem do que fazes. Se eu fizesse bolos, por exemplo, ia querer que toda a gente dissesse: «epá, aqueles bolos são tão deliciosos que não consigo parar de comê-los. São os melhores bolos desta geração. Traz-me já o número do gajo que os faz porque eu vou internacionalizá-los!».
Por outro lado, algumas críticas não têm sido tão boas, especialmente vindas da comunicação social. Como lidam com isso?
Ainda não li nenhuma crítica má na comunicação social, meu. És o primeiro a fazê-la, estás a começar (risos). Temos tido reacções mesmo muito boas da comunicação social comparativamente com outras bandas. Na verdade, grande parte das bandas são ignoradas se não são promovidas por grandes editoras. Temos tido boas reacções porque criamos uma coisa diferente. Incentivamos as pessoas a deixarem-se ir e a libertarem-se das suas chatas rotinas diárias. Não é como em Portugal, as pessoas aqui não têm essa qualidade de vida. Precisam de se libertar. São pessoas frustradas.
Estão preparados para se tornarem uma banda internacional?
Tocamos em qualquer sítio. Estou preparado para sermos a primeira banda no espaço. Dá-me um macaco e vou em direcção a Marte.
Costumam dizer que a música vos faz viajar. Onde é que a música vos leva?
Até agora, por toda a Europa. Mas quero ir até ao Japão. E através da nossa música podemos levar as pessoas a viajar dentro das suas mentes e ir a qualquer lugar.
Porquê Dead Kids para o nome da banda?
Queríamos chamar a banda de Guns n’ Roses, mas depois descobrimos que já existia uma com esse nome. É uma vergonha…
Que mensagem querem transmitir nas vossas canções?
Aproveita o momento, não vivas no arrependimento de não ter vivido, dança, come, fode, nada no oceano, grita para a Lua. Vive a tua vida agora. Não esperes que as coisas aconteçam. Fá-las acontecer. Quando amares, ama completamente.
Continuam a tocar em salas pequenas. Querem continuar a fazê-lo mesmo se o vosso disco tiver sucesso?
Sabes muito sobre nós, gosto disso. Há vantagens em tocar em salas pequenas. São quentes e fechadas. Podes sentir o calor das pessoas e o seu cheiro lá dentro. Por outro lado, também tocamos em grandes salas e em grandes festivais. Tocar num festival para 5.000 pessoas também é uma sensação fantástica. Há que fazer de tudo. Vou querer sempre tocar em vários sítios diferentes. De todos os tamanhos. Em países grandes e pequenos. Edifícios altos e baixos. À superfície e no subsolo. Para jovens e velhos, cães e bebés. Põe-nos à nossa frente e daremos o melhor de nós.
A pouco e pouco a vossa música está a tornar-se cada vez mais electrónica e dançável. De onde vem essa energia?
Da esperança de ter sexo a toda a hora.
Arrasaram completamente o NME em Paris. O que é que podemos esperar do vosso concerto no Musicbox em Lisboa?
Peço às pessoas de Lisboa para virem com o coração aberto. Saibam que estamos aqui para nos divertirmos e darmo-nos a todos vocês durante a noite. Para partilhar o nosso som e os nossos corpos convosco no escuro e debaixo das luzes. Vamos tocar música para fazer-vos dançar e sorrir. Queremos mergulhar no Tejo, queremos comer durante três dias e não parar. Quero voltar para casa a pensar que foi a melhor noite da minha vida. É como uma fantasia. Venham ver se conseguimos fazê-lo juntos. BEIJOS
IN RUA DE BAIXO
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